Crítica - Malévola: A Dona do Mal - Engenharia do Cinema
Em 2014, Angelina Jolie conseguiu criar uma personalidade para Malévola, nos cinemas. Mesmo sendo lançado em plena época de Copa do Mundo (que foi no Brasil), conseguiu fazer um enorme sucesso nas bilheterias mundiais. A história mostrava a origem da vilã de “A Bela Adormecida”, e como ela se tornou a tão famosa Malévola. Porém o roteiro a vendeu como “boazinha” ao invés de má, e isso afetou um pouco a repercussão positiva da produção. Sua sequência foi discutida por anos, até que foi confirmada já nas filmagens, ano passado.
A história se passa anos após a história do primeiro, onde Aurora (Elle Fanning) é pedida em casamento pelo Príncipe Phillip (Harris Dickinson). Mas ao conhecer a família de seu noivo, acompanhada da própria Malévola (Jolie), o conflito se instala dentre esta e a Rainha Ingrith (Michelle Pfeiffer).
A história não foge muito dessa premissa, e devo confessar que a produção é salva e se segura graça aos carismas de Jolie e Pfeiffer. Afinal, estamos falando de um roteiro que é bem previsível e um “mais do mesmo” da Disney. Enquanto a primeira realiza um sotaque inglês carregado (que se tornou marca da personagem) e uma enorme naturalidade em todas as situações, a segunda é uma vilã convincente, mas afetada pela péssima abordagem do roteiro. Outro grande desperdiço são os atores Chiwetel Ejiofor e Ed Skrein (o Francis, de “Deadpool”), que interpretam os seres da raça de Malévola. O arco deles é bem deixado um pouco de lado pela narrativa (acho que uns 10 minutos à mais, teria feito a diferença).
A direção de Joachim Rønning (“Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”) consegue se sobressair diante desses erros gritantes do roteiro, pois consegue prender o espectador que busca um entretenimento escapista e nada mais. Além de trabalhar bem as sequências de ação, ele usufrui muito bem da tecnologia 3D (sim, vale o ingresso mais caro) e dos efeitos visuais de primeira.
“Malévola: Dona do Mal” é no mesmo nível de seu antecessor, onde finca Angelina Jolie como a caracterização oficial da personagem nos cinemas, e diverte que busca apenas um divertimento escapista.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.