Crítica - Ursinho Pooh: Sangue e Mel - Engenharia do Cinema
Existe uma lei nos EUA, pela qual quando um personagem completa 95 anos de sua criação, automaticamente entra em domínio público. “Ursinho Pooh: Sangue e Mel” mostra que quando a lei é executada por lá, qualquer coisa pode ser feita, inclusive um filme de terror slasher C. Escrito e dirigido por Rhys Frake-Waterfield, a única premissa desse longa é mostrar o quão maluca pode ser a mente de um cineasta, para conduzir uma narrativa dessas.
Imagem: Califórnia Filmes (Divulgação)
Após ficar um longo período sem voltar ao Bosque dos Cem-Acres, Christopher Robin (Nikolai Leon) retorna ao local e descobre que Pooh (Craig David Dowsett) e seus amigos se tornaram assassinos psicopatas. Logo, eles saem torturando e matando todos que cruzam seus caminhos.
Imagem: Califórnia Filmes (Divulgação)
Filmado em apenas oito dias, e com um orçamento de US$ 100 mil dólares (até o presente momento já rendeu US$ 4.9 milhões, mundialmente), temos em pauta um projeto totalmente independente, porém diferente de Damien Leone (criador e diretor por trás de “Terrifier“, que também custou o mesmo, praticamente), Waterfield não é um bom diretor.
Gastando a maior parte dos orçamentos com o aluguel da casa de veraneio onde se passa o filme, e com o figurino dos personagens, nada aqui soa como convincente, nem para ser filme trash. Com enquadramentos fora de sincronia, diálogos que foram alterados na pós-produção (é perceptível por conta do movimento dos lábios dos atores), personagens que não se dão o trabalho de fugir dos assassinos e a sensação de vergonha alheia, fica nítido que o único intuito do diretor era “vamos fazer qualquer coisa, pois os fãs do gênero vão amar e vai render” (e não é que o próprio estava certo).
Mesmo se tratando de um filme de terror, nos dias atuais, baixo orçamento não é sinônimo para um projeto ser totalmente mal executado em aspectos técnicos (uma vez que para posicionar uma câmera em um plano, conduzir atores e escrever um roteiro mais pé no chão, não aumentam um custo grandiosamente).
“Ursinho Pooh: Sangue e Mel” é um trash tão vergonhoso, que consegue ser tão ruim e mal executado, que não presta nem para ser uma produção do estilo citado.