Crítica - Morto Não Fala - Engenharia do Cinema
O cinema nacional nos últimos anos, vem surpreendendo na qualidade dos longas de horror. Um dos grandes destaques é “Morto Não Fala”, dirigido por Dennison Ramalho. A história mostra o legista do IML, Stênio (Daniel de Oliveira), que tem uma misteriosa habilidade de conversar com os mortos que passam por sua bancada. Mas por conta de uma intromissão na vida de um deles, a sua vira de cabeça para baixo.
Já aviso de antemão, que esse tipo de longa é perfeito para os fãs do cinema gore (com sangue em exagero), e curte ver os trabalhos de maquiagem. Esse quesito é muito bem feito e executado. Porém o problema neste filme além de algumas atuações canastronas como de Fabiola Nascimento e Marco Ricca (que parecem duas estatuas), é o roteiro que se perde em alguns pontos e cai em contradição com coisas aos quais ele mesmo já havia mostrado.
Fora isso, a dupla Daniel de Oliveira e Bianca Comparato estão excelentes, e possuem naipe para esse tipo de filme. Nós nos importamos com eles, só que infelizmente a segunda ficou bem apagada, e em determinado momento ela é esquecida pela própria narrativa. Mas como o público deste tipo de filme não liga para sentido no roteiro ou atuação, esses erros acabam passando despercebidos.
“Morto Não Fala” é um ótimo sinal de que o cinema nacional possui sim, mecanismos para produzirem excelentes longas de terror.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.