Crítica - Pequenos Espiões: Apocalipse - Engenharia do Cinema
Quem cresceu nos anos 2000, se lembra que o cineasta Robert Rodriguez conseguiu fazer um tremendo sucesso com sua trilogia “Pequenos Espiões” (cujo terceiro, foi um dos primeiros a serem lançados em 3D, em uma época onde a tecnologia estava fora do mercado).
Depois de deixar a franquia na geladeira e ter lançado um fraco quarto título em 2011, sua parceria com a Netflix permitiu que ele fizesse este quinto título do selo, rotulado como “Pequenos Espiões: Apocalipse”, que funciona como uma espécie de reboot. Só que pensem em um projeto que não só o próprio não queria fazer, como também nem os atores estavam interessados em estar ali.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Após um vírus de computador se espalhar por todos os aplicativos do mundo, por intermédio de um chefão da indústria dos games (Billy Magnussen), os agentes Terrence (Zachary Levi) e Nora (Gina Rodriguez) se vêem em um cenário para acabar com isso. Ao saberem disso, seus filhos (Connor Esterson e Everly Carganilla) descobrem o verdadeiro trabalho de seus pais, que depois de serem capturados, terão de lidar com a situação por conta própria, se tornando agentes também.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Chega a ser engraçado que o roteiro de autoria do próprio Robert Rodriguez (que também assina a direção, produção, edição, trilha sonora e etc) com seu filho Racer Rodriguez, foi totalmente feito com base no que deu certo na trilogia original. Não temos coadjuvantes de luxo como Antonio Banderas, Carla Gugino, Sylvester Stallone, George Clooney, Ricardo Montalbán e Danny Trejo, mas sim suas tramas são totalmente recicladas e colocadas de forma totalmente forçada.
Chega a ser vergonhoso o roteiro ter literalmente reciclado o escopo do primeiro e terceiro longas, resultando em uma produção confusa e vazia em vários sentidos. Neste englobamento temos um arco central totalmente jogado (e motivações sem sentido algum), todo personagem masculino sendo um bobão ou idiota (até mesmo o vilão), todos os atores (principalmente Levi) estão forçados e não estavam interessados em estar neste projeto e a sensação é que a Netflix poderia ter evitado a existência deste projeto.
Não irei entrar no mérito dos efeitos visuais, pois Rodriguez sempre fez este estilo cartunesco/cafona, na franquia (também pelos baixos orçamentos), e ficou marcado por conta disso. Mas isso acaba sendo o menor dos problemas.
“Pequenos Espiões: Apocalipse” facilmente entra na lista dos piores reboots da história, e uma mancha na filmografia de Robert Rodriguez.