Crítica - Jogo Justo - Engenharia do Cinema
Não é novidade que cada vez mais o estilo de filme softporn tem feito sucesso nos cinemas e plataformas de streaming, por intermédio de produções como “50 Tons de Cinza” e “365 Dias”. Mas como sucesso não é sinônimo de qualidade, atire a primeira pedra que ambos realmente se resumem a projetos sem histórias, e tem apenas o intuito de romantizar o ato sexual, em si. “Jogo Justo”, tenta fazer um pouco mais além do que os citados, ao mesclar um enredo mais pé no chão, com o citado.
Imagem: Netlfix (Divulgação)
A história é centrada no casal Emily (Phoebe Dynevor) e Luke (Alden Ehrenreich), onde após esta conseguir uma promoção em seu trabalho (que iria justamente para ele), começa a colocar em risco o relacionamento e noivado, devido aos constantes conflitos que vão se formando entre eles.
Imagem: Netlfix (Divulgação)
O roteiro e direção de Chloe Domont faz exatamente o oposto das produções citadas, ao colocar o sexo como coadjuvante e não como protagonista do enredo. Em um primeiro plano, temos a relação da dupla em seu ápice e decadência, por conta do cenário empresarial da dupla. Embora Dynevor e Ehrenreich tenham boa química entre eles, em determinado ponto do enredo, nos pegamos com a seguinte frase “Quer conhecer alguém? Então lhe de poder!”
Uma vez, que quando a primeira começa a se dar bem, muitos contrapontos são colocados na relação entre eles, o que não faz apenas o segundo como vilão, como a primeira também. Porém, o grande pecado deste enredo, é não nos aproximar mais no contexto destes personagens, pois eles são vistos pelo público apenas com um casal “ok”, nada mais além.
Não existe uma proximidade, ou um cuidado, pois o intuito desta produção é fazer qualquer coisa terminar em sexo. Seja uma discussão, uma conversa simples, um jantar e até uma ida ao sanitário. Tudo gira em torno disso, e não quando uma consequência surge em decorrência disso, fica um tanto quanto estranho (devido a forma que foi colocado).
“Jogo Justo” termina não sendo um softporn como a própria Netflix anda vendendo, mas um sim drama mediano sobre a relação de um casal jovem, em meio a um cenário de poder.