Crítica - A Lavanderia - Engenharia do Cinema
Steven Soderbergh é um cineasta que gosto de enaltecer por um simples fator: Ele sempre consegue fazer longas com um elenco estrelar, não importa a premissa. A trilogia “Onze Homens” e “Contágio” estão ai para exemplificar. Em seu primeiro trabalho para a plataforma Netflix, ele consegue ter sua marca registrada no páreo.
A história mostra a aposentada Ellen (Meryl Streep), onde após o falecimento de seu marido (James Cromwell) em um acidente de barco, acaba encadeando uma enorme crise na empresa de seguradora responsável pela travessia com o respectivo.
Então acompanhamos os chefes da seguradora, Jürgen Mossack (Gary Oldman) e Ramón Fonseca (Antonio Banderas), que através da quebra da quarta parede, nos explicam como eles fizeram um dos maiores esquemas empresariais de seguro fantasma, para realizarem diversas lavagens de dinheiro.
Para situar os leigos de como funciona o esquema, a narrativa remete muito ao estilo de “A Grande Aposta”, onde divide o filme em capítulos, sempre com uma introdução de Oldman e Banderas deixando tudo esclarecido. Porém como se trata de um longa de Soderbergh, várias tramas paralelas ocorrem para deixar esclarecida as consequências dos atos da dupla. Algumas realmente são interessantes, já outras são cansativas. Nomes como Jeffrey Wright, Sharon Stone, David Schwimmer, Nonso Anozie e Will Forte acabam sendo meramente desperdiçados, por conta do quesito citado.
“A Lavanderia” não é um longa feito para ganhar prêmios (inclusive dificilmente Meryl Streep vai pro Oscar, com este trabalho), mas sim mostrar uma história cujas consequências acabaram envolvendo o próprio governo brasileiro. Se você gosta de politica e economia, é uma boa pedida.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.