Nos últimos anos, muitas produções voltadas para o esquema de corrupção na indústria farmacêutica começaram a ter destaque como as minisséries ‘Dopesick’ e ‘Império da Dor’. Baseado no livro de Evan Hughes (cuja trama é inspirada em fatos reais), ‘Máfia da Dor‘ tem exatamente esta mesma premissa, mas mesmo com grandes nomes como Chris Evans, Emily Blunt e Andy Garcia no elenco, a direção de David Yates (que comandou os últimos oito filmes do universo de ‘Harry Potter’, inclusive a trilogia ‘Animais Fantásticos’) acaba prejudicando e muito o resultado final.   

Imagem: Netflix (Divulgação)

Após se ver em um beco sem saída, a stripper Liza (Blunt) acaba aceitando uma proposta do excêntrico Pete (Evans) para trabalhar para uma pequena startup farmacêutica na Flórida, cujo foco são medicamentos viciantes. Só que aos poucos, eles começam a se ver em um cenário muito mais perigoso do que imaginavam.   

Imagem: Netflix (Divulgação)

Depois de ficar quase 20 anos apenas envolvido no universo de Harry Potter, fica nítido que o cineasta David Yates ainda precisa se habituar e aventurar em mais longas que não tenham a pegada de fantasia, uma vez que em seu prólogo, o próprio não consiga criar uma atmosfera plausível para entendermos o que está realmente se passando.

Isso quando não existem cenas dramáticas, pelas quais se ele não apela pelos flashbacks (onde muitos deles não haviam a necessidade), opta por cortes grotescos, com o intuito de chocar o espectador a todo custo (como com as convulsões da filha de Liza, Phoebe).

Ele apenas coloca Evans e Blunt em uma conversa aleatória, e em menos de sete minutos já estão decididos que vão começar a trabalhar juntos. Não existe nem uma proximidade com o espectador, pois tudo é jogado e também se dá por conta do péssimo trabalho de montagem (que deve ter excluído muita coisa do prólogo). Embora a dupla esteja ótima em cena (tanto que este tipo de personagem, sempre combine com Chris Evans), o roteiro do estreante Wells Tower não colabora para eles irem mais além. 

‘Máfia da Dor‘ é mais um caso de projeto que possui um grande potencial de ser ótimo, mas termina sendo algo que se tornará inesquecível por conta do trabalho de direção.