Entrevista com Paulo Betti, cineasta responsável por "A Fera na Selva" - Engenharia do Cinema

publicado em:22/10/19 7:44 AM por: Gabriel Fernandes Entrevistas

No último dia 15, o cineasta Paulo Betti esteve em Santos, no Cine Roxy 4, para abrir a sessão de “A Fera na Selva”. Muito simpático e atencioso com o publico, ele ainda realizou um bate-papo com os presentes, sancionando duvidas e contando um pouco da trajetória dos bastidores do longa. Tratando seu trabalho como um “filho”, o cineasta tem viajado o Brasil, abrindo as sessões nas praças e realizando as mesmas atividades com o público.

Sendo estrelado, escrito, produzido e dirigido pelo próprio Betti, “A Fera na Selva” é seu longa mais pessoal. Tendo sido apresentado no “3º Santos Film Fest”, a trama é baseada no livro de Henry James.

Nós o entrevistamos, ele ainda fez um convite a nossos leitores a realizarem um curso envolto a cinema:

Engenharia: De onde partiu essa ideia de você levar esse filme praça por praça, e você mesmo divulgar ao público? Acredito que seja uma iniciativa diferente e legal da sua parte, pois podemos assistir seu filme, depois discutir com você a respeito. Além do simples fato de que é um um trabalho pessoal, afinal você está trabalhando com a sua ex esposa, e e sua filha.

Paulo: Olha, um filme é como se fosse um bebê, e quando fica pronto que você o vê direitinho. Só depois que ele nasce que você denota como ele é, vê as potencialidades, as deficiências, fragilidades. Às vezes o bebê é mais frágil, às vezes é mais fortinho. “A Fera na Selva”, necessita que mobilize o publico para ir até ele. É um filme que não esta muito de acordo com os padrões do momento, pois não é “barulhento” com muitos efeitos sonoros, ou perseguições, tiros e automóveis, que abalam um pouco “barrocas”. Mas sim um filme reflexivo, baseado na palavra. Como a origem do filme é a peça teatral, eu teria duas atitudes, e uma seria rejeitar o teatro. Não! eu AFIRMEI o teatro. Não tive medo de fazer o filme ser teatral, foi essa a proposta.
Então por isso tudo, eu preciso preparar o ânimo do publico pra que ele possa embarcar. E isso tem acontecido, as pessoas estão curtido muito..
Paralelamente [às divulgações do filme], tenho viajado com esse projeto que é um plus do lançamento: nós oferecemos gratuitamente um curso online de adaptação literária. As pessoas podem estudar o projeto, e o resultado do filme, à partir da analise do livro onde o filme se originou, e do roteiro que nós forneceremos (também adaptado por mim). Também há um curso online, que vai terminar dando um diploma pra garotada que se interessar por um dos fundamentos do áudio visual, que é o roteiro. A garotada que quiser saber como faz um roteiro, ou como NÃO se faz um roteiro, temos ali o exemplo e a análise de “A Fera Na Selva”.
Então eu sugiro pra quem tiver interesse em aprofundar esse curso, entre no site www.aferanaselva.com.br, e logo ali já faz a inscrição. Fazendo a inscrição, você começa a receber informações sobre o curso de 100 em 100. Já há uma primeira turma acontecendo, e logo abriremos a próxima. Tudo gratuito.

Imagem: Curta Mais (Divulgação)

Engenharia: Como você faz para diferenciar o trabalho cômico e trabalho dramático nos palcos e no cinema?

Paulo: A minha tendência é sempre levar pra comédia, pois eu adoro quando é possível o personagem fazer comédia. Mas às vezes eu até erro, pois às vezes não é comédia, e eu forço a comédia, e não fica bom. Então é o exercício constante. Principalmente em novela, o cotidiano do trabalho faz com que você se solte. Mas às vezes você não consegue em determinada cena, aquela densidade que ela deveria. Então você vai construindo o personagem aos poucos, e eu gosto mesmo da comédia. Mas realmente é difícil você saber quando é cômico e quando não é. E quando é cômico você não pode acentuar.
Estava vendo uma entrevista da Fernanda Montenegro e lá ela deixou claro isso, e às vezes você tem a sensação de que você capturou o personagem, mas às vezes você sente que ele fugiu do seu controle.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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