Crítica | 'Todos Menos Você' é um exemplo de que comédias românticas ainda vale nas telonas - Engenharia do Cinema

publicado em:28/01/24 5:22 PM por: Gabriel Fernandes CríticasHBO GOStreamingTexto

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Depois do politicamente correto começar a intervir no cinema constantemente, os grandes estúdios começaram a direcionar suas comédias (que estão cada vez piores) e romances direto para plataformas de streaming, enquanto “Todos Menos Você” chega às telonas como o famoso “e se a gente resolver voltar o que era antes?”. Já começaram acertando na escalação da dupla Sydney Sweeney e Glen Powell (que ainda estão vivendo o sucesso de “Euphoria” e “Top Gun Maverick”), pelos quais não são apenas bastante populares, como possivelmente se tornarão grandes nomes de Hollywood no futuro.

Com direção de Will Gluck (que em meados de 2010, nos entregou os divertidos “A Mentira” e “Amizade Colorida”), o cineasta sabe qual é a fórmula para trabalhar neste tipo de filme e mostra que ainda é possível este tipo de produção ter qualidade e fazer sucesso nas telonas, já que ele custou US$ 25 milhões e rendeu até então US$ 125 milhões mundialmente.

Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

Inspirado na obra de Shakespeare, “Muito Barulho por Nada”, após terem uma química enorme em um primeiro encontro aleatório, Bea (Sweeney) e Ben (Powell) acabam tendo um desentendimento, e nunca mais se viram. Seis meses depois, e assumidamente se odiando, eles terão de deixar as diferenças de lado quando a irmã dela, irá se casar com uma amiga dele. Porém, eles não imaginavam que ainda teriam de esbarrar com seus ex-namorados e para superarem isso, resolvem fingir ser um casal.   

Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

O roteiro de Gluck e Ilana Wolpert, está ciente que para um filme deste estilo funcionar, não só nos deve entregar um longa focado no casal central, mas também nos coadjuvantes. Embora eles consigam tirar ótimas piadas e situações com Sweeney e Powell, o foco é conseguir abrir espaço para piadas envolvendo outros personagens que os englobam.

Temos o Pai trapalhão de Bea (Dermot Mulroney, de “O Casamento do Meu Melhor Amigo”), a ex-namorada sedutora (Charlee Fraser) com seu atual parceiro sendo uma toupeira (Joe Davidson), o melhor amigo arroz de festa (GaTa) e seu Pai que é um tiozão do pavê (Bryan Brown).

Assim como “Amizade Colorida”, Gluck usa como artifício a proximidade do público com os protagonistas, estabelecendo o lado humano deles, em primeiro plano, na maior parte do filme. Temos um galã e uma diva, com seus problemas pessoais e traumas, mas nunca perdem seus charmes quando a câmera foca neles. É nesta identificação que o espectador compra o título.

E como cobertura deste bolo gostoso de ser degustado, há uma divertida situação englobando a música “Unwritten”, de Natasha Bedingfield (cuja canção “Pocketful of Sunshine”, já foi usada em “A Mentira”). É um dos poucos casos, onde a sutileza na divulgação da melodia, casa dentro da premissa do longa.

“Todos Menos Você” é uma divertida produção, que mostra o fato das comédias românticas ainda merecerem um espaço reservado nas salas de cinema.



A última modificação foi feita em:abril 4th, 2024 as 09:13


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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