Crítica | 'Bob Marley: One Love' vai muito mais além do que era o Pai do Reggae - Engenharia do Cinema

publicado em:25/02/24 8:28 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Depois de cinebiografias de qualidade sobre músicos como Elton John, Ray Charles, Elvis Presley e Johnny Cash fazerem um enorme sucesso, a Paramount Pictures resolveu trazer a trajetória de Bob Marley para as telonas. Considerado o Pai do Reggae, a produção teve total supervisão de sua viúva Rita Marley e seus filhos, e isso já é um ótimo sinal. Porém, não estamos falando de uma história desde o zero e sim um recorte na sua carreira, visto que ele é um dos principais nomes da Jamaica.

Imagem: Paramount Pictures (Divulgação)

A história tem como foco um período onde o país estava enfrentando uma verdadeira Guerra Civil, por conta dos adversários políticos serem totalmente distintos em seus pensamentos e encadearam uma verdadeira onda de violência. Diante deste cenário, Bob Marley (Kingsley Ben-Adir) passou a conceber suas canções não apenas com ensinamentos religiosos, mas com mensagens de paz, resultando em seu mais famoso disco, “Exodus”, lançado em 1977.

Imagem: Paramount Pictures (Divulgação)

O diretor Reinaldo Marcus Green já deixou claro que ele é apenas operante e não procura ir muito além do que é proposto, como já foi visto em “King Richard” (que rendeu a Will Smith seu primeiro Oscar). Em resumo, ele não tenta exagerar, nem inovar. 

No roteiro escrito pelo próprio Green com Terence Winter, Frank E. Flowers, Zach Baylin eles aproveitaram para transformar a maconha em um artifício comum, ou seja, não é uma arma gritante que roubasse a cena e atrapalhasse o desenvolvimento de Marley e as pessoas em seu redor (uma vez que na Jamaica, ela é mais consumida que o próprio tabaco).

Inclusive a escolha de Kingsley Ben-Adir foi bastante justa, pois além de se assemelhar com Marley nos jeitos físicos (embora ele não tenha cantado e sim usado playback com a voz original do músico), a maquiagem lhe deixou ainda mais próximo na caracterização. Seu entrosamento com Lashana Lynch (Rita Marley), também é um grande destaque, embora faltou enfatizar um pouco mais a relação dos dois (as crises são assemelhadas em meros conjuntos de cena rápidos, sem um foco).

Porém, diferente das cinebiografias de Elton John e Ray Charles, faltou uma acidez que fizesse Marley ser humano e ter seus erros e acertos. Tudo acaba se resumindo a cenas rápidas e cortes abruptos, como em sua turnê mundial (onde houveram alguns vacilos por parte dele), pelos quais suas próprias músicas acabam “encobrindo” na memória do espectador o que acabou de ser retratado.

“Bob Marley: One Love” acaba sendo uma interessante surpresa neste início de ano, além de um retrato reflexivo sobre a importância de um dos maiores nomes da música.



A última modificação foi feita em:abril 4th, 2024 as 09:12


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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