Crítica | 'Borderlands' é um Eli Roth fora de forma, mas não chega a ser horroroso - Engenharia do Cinema
Este é mais um caso de produção cinematográfica envolta a vários problemas, por conta de discussões e incertezas de produtores sobre como deveria acontecer a sua adaptação para as telonas. Planejado desde 2015, “Borderlands” adapta uma famosa franquia de games, pela qual não possui uma história complexa, mas é carregada de ação e adrenalina, por se tratar de tiro em primeira-pessoa.
Ame ou odeie, o cineasta Eli Roth já deixou comprovado há tempos que sabe trabalhar com a violência gráfica em cena, de forma que ela fique chocante ou engraçada. Mesmo com este intuito desde o começo, os produtores optaram por não fazer desta maneira e chamaram o diretor Tim Miller (“Deadpool”) para gravar uma série de cenas extras e sem a carnificina esperada.
A caçadora de recompensas Lilith (Cate Blanchett) é contratada pelo poderoso empresário Atlas (Edgar Ramírez) para encontrar sua filha desaparecida (Ariana Greenblatt) no cenário pós-apocalíptico do planeta Pandora. No caminho ele passa a criar várias alianças com uma equipe de outros mercenários desajustados.
Não é novidade que o nome de Roth para este tipo de produção não era o correto, principalmente se não estamos falando de um produto voltado para o público infantil. Tanto que o roteiro que foi escrito por ele e Joe Abercrombie, não esconde que o intuito era apenas colocar várias cenas de ação aleatórias e um humor pastelão fora de hora.
Por se tratar de um orçamento de US$ 100 milhões, pelos quais a maioria foi para o cachê dos atores, a qualidade destes arcos não estão bons como deveriam (tanto que é perceptível o constante uso da tela verde). O resultado desse investimento vem sendo o grande fracasso nas bilheterias mundiais, pois ele até então rendeu apenas cerca de US$ 8 milhões.
Embora o gasto com o elenco seja nitidamente grande, os seus personagens não foram bem conduzidos. A começar que mesmo com Blanchett estando a vontade no papel de protagonista, ela sabe que se trata de uma trama bem água com açúcar. Afinal, a própria afirmou em recente entrevista que apenas aceitou este papel para relaxar da tensão na época da pandemia.
O mesmo pode-se dizer de Jamie Lee Curtis, Kevin Hart e Ariana Greenblatt, pelos quais sequer são explorados ou possuem algum aproveitamento. Diferente de Jack Black, que embora esteja apenas na dublagem do robô Claptrap, rouba a cena com o estilo de humor pastelão.
“Borderlands” não chega a ser uma bomba no nível de “Madame Teia” ou “Morbius”, mas diverte se você está procurando algum filme bobinho para passar o tempo