Crítica | 'Pisque Duas Vezes' é um pé direito de Zoë Kravitz - Engenharia do Cinema

publicado em:4/09/24 3:19 PM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNos CinemasTexto

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Após trabalhar com George Miller (“Mad Max: Estrada da Fúria”), Matt Reeves (“Batman”), Matthew Vaughn (“X-Men Primeira Classe”) e Steven Soderbergh (“Kimi”), a atriz Zoë Kravitz resolveu começar sua carreira como diretora e roteirista em “Pisque Duas Vezes”. Escolhendo um gênero difícil de se fazer, que é o suspense, ela conseguiu um feito raro na indústria: reunir um elenco de estrelas, em uma narrativa bem executada.

Na trama, as amigas Frida (Naomi Ackie) e Jess (Alia Shawkat) são convidadas pelo bilionário Slater (Channing Tatum), para passar uns dias em sua ilha particular, junto de outros amigos. À medida que os dias avançam, elas começam a perceber várias coisas sinistras.

Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)

Kravitz e o roteirista E.T. Feigenbaum (que já trabalharam na série “Alta Fidelidade”) sabem que o espectador consegue prender sua atenção na existência do estilo “quebra-cabeça”, onde lentamente são inseridas pistas na história que nos fazem pensar sobre a sua conclusão.

Com a presença de nomes conhecidos como Christian Slater (“Ninfomaníaca”), Simon Rex (“Todo Mundo em Pânico 3”), Haley Joel Osment (“O Sexto Sentido”), Kyle MacLachlan (“O Casamento do Meu Melhor Amigo”), Adria Arjona (“Assassino Por Acaso”) e Geena Davis (“Thelma e Louise”), vemos que ela não desperdiça o talento deles como meros coadjuvantes genéricos. Todos possuem sua importância, mesmo que breve.

Embora o roteiro possua um tratamento plausível, a sua direção não possui nada que não seja operante no contexto. Há diversas cenas que remetem aos clichês habituais de “investigar algo antes que personagem X chegue”, “objeto misterioso”, “animal que representa algo”, entre outros.

O texto também peca ao plantar sementes na abertura, que poderiam ser exploradas no desenvolver, como a cultura do cancelamento. Havia a faca e o queijo na mão, mas faltou a acidez para a discussão acontecer. Só que ao chegar em certo ponto, ela faz questão de chocar o espectador e realmente consegue.

Porém, falar muito sobre a trama em si, nos fará perder boa parte da tensão que é construída por Kravitz. Por isso, o melhor remédio para o embarque neste cenário proposto é o silêncio e a ausência de detalhes. Inclusive, a Warner Bros fez um ótimo trabalho de marketing em relação ao material promocional, pois não entrega absolutamente nada de importante.

“Pisque Duas Vezes” é mais uma grata surpresa do ano, e o começo de uma brilhante carreira que Zoë Kravitz terá atrás das câmeras.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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