Crítica | Terrifier 3 - Engenharia do Cinema

publicado em:4/11/24 12:06 PM por: Gabriel Fernandes CríticasNos CinemasTexto

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Ame ou odeie a franquia “Terrifier” certamente é um exemplo de casos de sucesso autorais, pois além do cineasta Damien Leone não ter vendido o personagem Art para nenhum estúdio de Hollywood, ele investe pouco e rende muito nas bilheterias. Ainda com liberdade criativa sob sua obra, os fãs esperam em cada capítulo mortes e cenas de violência mais brutal. Em “Terrifier 3”, o custo foi de US$ 2 milhões e até agora já rendeu cerca de US$ 60 milhões mundialmente.

A história começa algum tempo depois do término do segundo longa, com Art (David Howard Thornton) renascendo e agora com a companhia de Victoria (Samantha Scaffidi) continua espalhando seu cenário caótico com mortes brutais. Ao mesmo tempo, Sienna (Lauren LaVera) e seu irmão Jonathan (Elliott Fullam) tentam superar o trauma vivido com o psicopata.

Imagem: Diamond Films (Divulgação)

Leone sabe que os fãs desta franquia querem exclusivamente uma única coisa: mortes brutais e criativas. Diante disso, durante as duas horas de projeção ele entrega uma verdadeira montanha russa de brutalidade e a violência se torna um coadjuvante de luxo. Se o Art está em cena, podemos esperar que não existam sobreviventes no recinto, independentemente se sejam adultos ou crianças (que chega a ser um exagero desnecessário).

Diferente dos dois primeiros, esta terceira parte conseguiu um orçamento maior e por conta disso pode ir um pouco mais além na abordagem dos assassinatos. Por isso, espere atos muito piores do que já foi apresentado (inclusive uma, em especial, é a mais macabra da franquia).

Só que por conta da metragem extensa, a partir de determinado ponto da narrativa, não há mais paciência para acompanhar cenas de brutalidade extrema, que só servem para captar a atenção do espectador.

Ao serem inseridos os momentos de respiro, percebemos que Leone não é um bom diretor dramático, pois os arcos de Sienna e Jonathan remetem a uma trama de filme pornográfico (uma vez que o público não se interessa pela história, apenas pela ação em si). 

Como estamos citando um filme trash, a atmosfera dele é obrigatoriamente ruim e aqui isso não é diferente. Mesmo com Sienna se tornando uma final girl interessante no segundo, neste terceiro parece que ela começou a ficar mais apagada e menos desenvolvida. Inclusive, é nítido que Leone já começou a desenhar neste um terreno para algo maior para ela nos próximos títulos.

“Terrifier 3” acerta em termos de brutalidade, mas possui uma queda brusca na narrativa que estava estabelecida no segundo título. 



Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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