Afonso Poyart nasceu na cidade de Santos, e teve o sucesso no cinema alcançado de cara com seu primeiro longa, “2 Coelhos”. Tendo feito mais sucesso no exterior, do que no próprio Brasil, Hollywood não perdeu tempo e já está produzindo sua versão do longa. Confesso que ele é bem “doido” e bastante diferente dos padrões que estamos acostumados.

A começar que ele não opta por uma narrativa linear, mas sim um conjunto de arcos bem ao estilo Guy Ritchie, para remeter a trama central. Ela mostra a história de Edgar (Fernando Alves Pinto), que vive uma vida pacata, até surgir com a ideia de roubar um dinheiro de uma propina de um perigoso politico. Mas obviamente o plano da errado, e sua vida vira de pernas pro ar.

Já aviso de antemão, que se você procura algo dentro dos padrões de longas sobre roubos, vai se decepcionar. A começo de conversa, Poyart não para um segundo com a câmera, e sempre intercala a ação com animações e efeitos slow-motion. Sim, eu ainda estou falando de uma produção realizada em solo nacional.

O roteiro assinado pelo próprio Poyart, não prepara o espectador para o óbvio, mas sim para diversos ploat-twits, que servem para moldar a história e completa-lá totalmente, em seu desfecho. Em quesito de atuação o destaque vai para o próprio Fernando, que realmente convence como o “mocinho”. Mas quem realmente rouba a cena é Marat Descartes, que interpreta o grande vilão Maicon. É o tipico caractere que não liga de ser mal, e sempre tem uma atitude imprevista. Esse é um exemplo de personagem muito bem desenvolvido e escrito.

“2 Coelhos” é um dos raros casos onde o cinema nacional mostra que possui capacidade para sair da toca, e ir mais além em suas produções.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.