Daniel Rezende é um dos maiores nomes do cinema nacional. Indicado ao Oscar pela edição de “Cidade de Deus”, e tendo trabalhado em diversos projetos de peso, “Ninguém Tá Olhando” é sua primeira empreitada no universo das séries. Com uma premissa original e bastante divertida, é difícil você não ver a série em uma maratona (que totaliza em torno de quatro horas de duração).

A série fala sobre o jovem anjo da Guarda Uli (Victor Lamoglia), que começa a trabalhar em uma agencia no céu. Lá eles recebem diariamente missões distintas, para cuidar de determinadas pessoas. Ao ir até a terra, ele se depara com Miriam (Kéfera Buchmann), o que faz ele se rebelar as diversas regras do sistema de seu trabalho.

O que prende nós espectadores é a própria originalidade. Como não conhecemos este tipo de enredo, ficamos interessados em ver o que será mostrado. Claro que às bases principais (romance, brigas e amizades) são habituais, porém a temática se torna o grande chamariz. Com diversas críticas ao sistema público e falta de compaixão do ser humano com o próximo, as reflexões que poderão ser feitas após o término desta temporada, são várias.

As atuações são boas, mas nada digno de ser chamado atenção, pois personalidades como Kéfera e Julia Rabelo, interpretam elas mesmas. Mas infelizmente alguns arcos “extras” poderiam ter sido excluídos, que não fariam diferença na série, como um casal que Uli auxilia na vida sexual. Além de ter feito a censura da série subir um pouco mais, ela não acabou acrescentando em nada (inclusive tira um pouco do foco da série).

“Ninguém Ta Olhando” foi um ótimo inicio de Daniel Rezende, no universo das séries. Que venha a segunda temporada.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.