Crítica - Aladdin - Engenharia do Cinema

publicado em:26/05/19 10:17 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

Assim como muitos adultos que nasceram nos anos 90, cresci vendo a animação da Disney, “Aladdin”. E assim como as outras adaptações de contos de sucesso daquela para os cinemas, com esta não podia ser diferente. A magia, a animação e a beleza do universo está lá como esperávamos e, sim, a Disney acertou mais uma vez! 

Will Smith and Mena Massoud in Aladdin (2019)
Imagem: IMDB

Para quem não sabe, a história mostra o jovem Aladdin (Mena Massoud) que vive como um ladrão e sem teto em Agrabah. Após ter um encontro com a Princesa Jasmin (Naomi Scott), ele é ofertado pelo misterioso Jafar (Marwan Kenzari) para capturar uma lâmpada mágica, escondida em uma caverna no deserto. No local, ele acaba liberando o gênio (Will Smith) que estava dentro dela e acaba vendo a chance de ser o príncipe para Jasmin.   

Nasim Pedrad and Naomi Scott in Aladdin (2019)
Imagem: IMDB

A direção de Guy Ritchie (“Sherlock Holmes”) apela para o seu estilo habitual na construção do personagem principal: mostrar sua malícia, dentro do submundo dos ladrões e da burguesia de Agrabah. Seja com o excesso da câmera acompanhando as acrobacias de Massoud ou nos takes rápidos/slow-motion dentre as cenas ação. Mas o defeito está quando ele mescla isso com os números musicais, pois além de usar o recurso CGI massivamente (que está muito bom, com um 3D que funciona), ele sempre opta por usar a “mágica do gênio”, mesmo a música não necessitando disso. Logo a edição já trata de, às vezes, interromper os números de forma repentina, não deixando o espectador embarcar no arco criado (basicamente ele fez “números demos”).

Mas em compensação, o design de produção e figurino do longa são belíssimos (não duvido que o longa figure nessas categorias do Oscar 2019), e remetem bastante a animação de 1992. Essa que foi reconhecida graças ao grandioso trabalho de Robin Williams na dublagem do Gênio (que lhe rendeu um Globo de Ouro especial por isso) e aqui temos um Will Smith assumindo seu trono e faz um excelente trabalho, pois ele claramente criou a sua versão do personagem ao invés de copiar o que já foi feito. Obviamente ele acaba roubando a cena do filme, deixando os personagens Aladdin e Jasmine de escanteio (mesmo com os atores tendo trabalhado bem). Infelizmente não posso dizer o mesmo do ator que interpreta o personagem Jafar. Ele não só é péssimo, como parece que ele apenas está lendo as suas falas, além de sempre possuir um cacoete com os lábios sempre ao dizer uma frase de efeito.

“Aladdin” é um nostálgico e divertido filme da Disney, mostrando que o estúdio ainda tem muito mais histórias que podem sim virar um live-action de qualidade. 


Nota: 9,0/10,0



A última modificação foi feita em:outubro 13th, 2020 as 11:11


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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