Crítica - Crime Sem Saída - Engenharia do Cinema
Se não fossem os nomes do ator Chadwick Boseman (o herói Pantera Negra) e dos produtores Anthony e Joe Russo (responsáveis pela direção do fenômeno “Vingadores: Ultimato”), sem dúvidas “Crime Sem Saída” seria mais uma produção direcionada diretamente ao mercado de vídeo e streaming.
Após uma tentativa de tráfico de drogas dar errado, e acabar resultando na morte de sete policiais, o agente Andre (Boseman) resolve ordenar que todas as saídas do município de Manhattan sejam fechadas durante a madrugada, para inibir a fuga dos criminosos.
A premissa realmente é bem estilo de filme B dos anos 80/90, e é realmente essa sacada que faz o longa funcionar. A direção de Brian Kirk não busca ser nada mais além do que fora proposto (deixando a ação dominar os seus próprios momentos sem intercalar com cenas aleatórias, e evitando balançar a câmera nas horas desnecessárias), porém é no roteiro da dupla Adam Mervis e Matthew Michael Carnahan, que fica o grande demérito da produção. Com excesso de frases de efeito (em grande parte ditas por Boseman) e algumas situações que beiram ao óbvio, a ideia acaba perdendo o folego durante alguns momentos do filme por conta disso.
Mas nós vemos que os atores são profissionais a partir do ponto, que eles tem de convencer com um roteiro que lhes trabalha porcamente. E é o que profissionais como o já citado Boseman, Sienna Miller e o Oscarizado J.K. Simmons (esse último tem um momento que nos faz se questionar), fazem.
“Crime Sem Saída” consegue cumprir o que promete: um longa de ação que entretém durante seus 90 minutos de projeção, e nada mais além disso.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.