Em meio a diversas polêmicas, não poderia deixar de expressar minha opinião mais extensa de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, ou seja, esse texto possui VÁRIOS spoilers. Por tanto se você não quiser saber nada sobre o filme, mas ler algum texto a respeito, clique aqui para ler a crítica sem spoilers.

O episódio nove já começa com Kylo Ren (Adam Driver) descobrindo que o Imperador Palpatine (Ian McDiarmid) ainda está vivo. Devido a enorme força Jedi dentre aquele e Rey (Daisy Ridley), esta também descobre o fato, e junto aos seus amigos Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Isaac), eles veem que todas as guerras das galáxias ainda ocorrem por causa de Palpatine.

Mas o grande ploat-twist e revelação da trama, é APENAS que Rey é a neta de Palpatine, e o momento é realmente uma das únicas coisas bem executadas no enredo. Claro de toda a saga, esse é o único episódio que trata o poder da força Jedi de uma maneira natural e mais explorada. Tanto Rey, quanto Kylo o usam como andar pra frente, e realmente o espectador sente o peso dela especificamente na cena de embate dentre ambos no deserto.

Antes o roteiro de Chris Terrio (“Batman vs Superman”) e J.J. Abrams explorasse apenas esta questão. Sabe quando você monta um projeto em grupo e tudo da errado, mas os membros deste escolhem o cabeça da equipe para vender o peixe, mesmo estando todo defeituoso? É exatamente o motivo que a dupla utiliza o fan-service neste filme. Personagens como Han Solo, Luke Skywalker e até mesmo Lando Calrissian, aparecem apenas para causar nostalgia e esconder os descuidos que acabamos de ver. A exceção se da ao arco de Carrie Fisher, que além de encerrar o arco da princesa Leia com maestria, foi o ÚNICO que fortemente conseguiu emocionar os fãs.

Como disse no texto sem spoilers, os efeitos visuais (com diretor a uma Carrie Fisher feita em CGI, de forma impecável), design de produção e som, estavam realmente muito bons. Mas um filme não se sustenta apenas em quesito técnico, e aqui temos um claro exemplo disso.

Eis que chegamos aos 30 minutos finais, onde vemos o Jedi lutando contra o Império dos Sith, de Palpatine. Então nossos roteiristas estavam com imensa preguiça de continuar com a trama e literalmente COPIARAM o desfecho de “Vingadores Ultimato”. Poderia ter dado certo, se este filme não fosse o desfecho de uma das franquias mais amadas do cinema.

“Star Wars” é um exemplo de originalidade e momentos marcantes, principalmente em seu desfecho. Infelizmente o descuido da dupla foi tanto, que dificilmente conseguiremos ter algo marcante quanto em “A Vingança dos Sith” e “O Retorno dos Jedi”. Lamentável.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.