Crítica - Patrulha Médica (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema

publicado em:14/01/20 8:43 AM por: Gabriel Fernandes CríticasNetflixSériesTexto

Em meados dos anos 70/80, David Zucker estava criando duas revoluções da comédia que eram “Apertem os Cintos, Que O Piloto Sumiu!” e a trilogia “Corra Que A Policia Vem Ai!”. Além de serem sucessos de bilheteria, a trama se destacava por satirizar diretamente vários filmes sérios da época. Pegando a mesma premissa, a série “Childrens Hospital” procurou satirizar a trama de “Grey’s Anatomy” e outras que se passam em hospitais, a partir de 2008. Encerrada em 2016, a Netflix comprou os direitos daquela e decidiu fazer um spin-off, rotulado por aqui de “Patrulha Médica”.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Nós brasileiros não teremos outro interesse momentâneo, a não ser que os primeiros momentos dessa série se passar em São Paulo, aqui no Brasil (isso mesmo que você leu). Lá está localizado o respectivo “Childrens Hospital”, onde trabalha a doutora Lola Sprat (Erinn Hayes). Ao chegar um paciente com uma infecção misteriosa de um paciente vindo da USP (ISSO MESMO, QUE VOCÊ LEU), ela decide ir até o local com o cirurgião Owen Maestro (Rob Huebel) para investigar a origem do problema. Eles então acabam adentrando em uma investigação mundial, onde absolutamente nada faz sentido. Mas alto lá, pois essa é a premissa da série.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Assim como os longas de Zucker, “Patrulha Médica” procura retratar as situações mais bizarras e estranhas o possível para tirar o humor. Com personagens que ficam sérios, em momentos aos quais não deviam ficar (homenageando sigilosamente o grande Leslie Nielsen), a principal graça se concentra nisso. Não é porque temos uma cena em São Paulo, que o hospital por inteiro terá letreiros e médicos que falam só em português, mas sim inglês. O mesmo ocorre em diversas outras cidades e locais do mundo, mas é uma forma sigilosa da série mostrar que não se leva a sério.

Felizmente os roteiristas Rob Corddry, Krister Johnson, Jonathan Stern e David Wain (que também assina a direção desta temporada) conhecem bem o universo e o talento dos atores que eles tem em mãos. Por isso os coadjuvantes interpretados por Lake Bell, Malin Akerman, Henry Winkler e Ken Marino estão realmente muito engraçados e até que possuem uma “importância” para a narrativa. Enquanto Hayes e Huebel possuem uma química divertida e o humor deles não se prende a uma única piada (que é o principal problema deste tipo de produção).

Em uma era onde o entretenimento está ausente de um humor pastelão de qualidade, “Patrulha Médica” chega na Netflix sem seguir o habitual “padrão” do serviço e divertirá os fãs de Nielsen/Zucker que estavam carentes deste tipo de produção.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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