Crítica - Os Miseráveis - Engenharia do Cinema

publicado em:29/02/20 11:55 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto
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Quando você se depara com o cartaz do longa francês “Os Miseráveis”, a primeira coisa que vem a mente é a obra de Vitor Hugo e a revolução francesa. Porém, o longa de Ladj Ly não é inspirado na clássica história, mas tem como base a luta de classes nas culturas e etnias, em torno do patriotismo na França. Sim, o cartaz representa que a Copa do Mundo é a maior união que este país teve, onde diversas pessoas (de diferentes vidas) se juntam para comemorar algo e transpor sua felicidade ao máximo (em uma cena muito bem feita, aliás).

 Imagem: SRAB Films/Rectangle Productions/Lyly films (Divulgação)

Baseado em um curta metragem do próprio Ly, a história mostra o trio de policiais Stéphane (Damien Bonnard), Chris (Alexis Manenti) e Gwada (Djebril Zonga) que trabalham na brigada anticrime da comuna, em Paris. Eles rondam a área periférica da cidade, que há diversas etnias e religiões diferentes. Mas após um conflito dentre duas delas, devido ao sumiço de um filhote de tigre, à situação na região começa a piorar em menos de 24 horas.

 Imagem: SRAB Films/Rectangle Productions/Lyly films (Divulgação)

Já aviso de antemão que os primeiros 50 minutos são bastante monótonos e servem apenas para explanar os personagens e os cenários da trama. Se você não tiver paciência, certamente não conseguirá ter uma experiência boa após esta demarcação (que é quando a ação começa realmente). A essência desta narrativa tem uma mescla de Kathryn Bigelow (“Guerra ao Terror”, a câmera na mão com um estilo remetente a um documentário) com José Padilha (“Tropa de Elite”, a violência e comportamento esdruxulo dos protagonistas).

No elenco o destaque em si realmente vai para o trio de protagonistas, onde Bonnard representa o medo, receio e lealdade das situações, enquanto Manenti e Zonga impõem respeito e não estão ligando para a absolutamente nada das consequências. Mas o que liga eles além da profissão, acaba sendo o lado humano.

“Os Miseráveis” não é como “Parasita” (justamente pra quem perdeu em todas as premiações, inclusive no Oscar), mas consegue ser um ótimo reflexo de como a sociedade francesa consegue ser tão similar às outras.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:outubro 3rd, 2020 as 21:57


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