“Vingadores: Ultimato” já entrou para a história do cinema, isso é um fato. Mas em seu término, algumas perguntas ficaram em aberto: afinal, como o mundo ficou depois dos estalos de Thanos e Tony Stark? É a partir deste ponto que “Homem-Aranha: Longe de Casa” começa a conduzir sua narrativa.

Tendo inicio minutos após o termino do citado, vemos Peter Parker (Tom Holland) e seus amigos da escola, indo em uma viagem até a Europa. Por lá, ele acaba sendo contactado de forma inesperada por Nick Fury (Samuel L. Jackson), que alega precisar de seu auxilio para enfrentar uma ameaça que está por vir. Com o auxilio de Mysterio (Jake Gyllenhaal), Parker vê que precisará superar seu luto da perda de Tony Stark e se assumir como um herói mais sério.

O roteiro escrito por Chris McKenna e Erik Sommers, procura em seus primeiros minutos deixar o espectador por dentro das consequências dos fatos vistos nos dois últimos longas dos “Vingadores”. Isso foi feito com bastante maestria, pois não deixou aberta a chance dos fãs elaborarem mais “teorias loucas” sobre o que não fora visto. Depois daquele já estar habituado com a realidade daquele universo, ai sim é iniciada a trama central do filme.

Esta está idealizada de uma forma bastante padrão dos filmes dos heróis da Marvel, e não foge disso. Desta vez os personagens MJ (Zendaya), Ned (Jacob Batalon), Betty (Angourie Rice) e até o próprio Happy (Jon Favreau) são bem mais trabalhados nessa narrativa e todos conseguem ter seu momento.

Porém o grande diferencial da franquia do aracnídeo, se da no desenvolvimento de seus vilões. Se no primeiro Michael Keaton conseguiu ser um dos melhores do estúdio, Gyllenhaal também facilmente conseguiu adentrar nesta lista. O ator não só rouba a cena em grande parte do longa, como também seu Mysterio é bastante bem idealizado. Suas cenas de ação com Holland possuem efeitos visuais extremamente bem produzidos e não parecem ser CGI (sendo auxiliadas ainda mais com o recurso 3D). Porém algumas cenas em que não há o vilão, o mesmo é perceptivo de uma forma onde fica difícil acreditar que deixaram esses detalhes escapar.

Outro erro habitual do estúdio e que se repete aqui, é o fato de que eles sempre estarem colocando “piadinhas” em excesso e fora de hora (seja numa hora séria ou dramática). Sim, esse filme ta mais parecido com “Thor Ragnarok” nesse quesito, e em uma hora cansa o espectador.

Mesmo com seus erros, “Homem-Aranha: Longe de Casa” conseguiu ser um ótimo encerramento para a nova fase da Marvel, onde suas cenas pós créditos (NÃO VOU DAR SPOILERS), deixam bastante claras o que esta por vir.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.