Crítica - Toc Toc - Engenharia do Cinema
Não é de hoje que cada vez mais o cinema espanhol tem ganhado notoriedade no mundo, graças aos serviços de streaming. Em meio a vários sucessos recentes como “Dor e Glória” e “O Poço”, por recomendações de amigos, fui conferir essa agradável comédia “Toc Toc”, que é bem similar ao estilo de “Cegos, Surdos e Loucos” (clássico com Gene Wilder e Richard Prior).
Baseado na peça teatral de Laurent Baffie, a história mostra um grupo de pessoas com os mais diversos problemas de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), que acabam se encontrando em uma sala de espera, devido ao fato de acidentalmente o sistema lhes marcar na mesma hora. Sem outra saída, eles ficam aguardando o psiquiatra chegar, para poderem ser atendidos.
Pense em uma comédia onde você tem vários caracteres diferentes entrelaçados em um único cenário, durante boa parte da exibição, e tem de se virar para fazerem uma trama interessante e que faça jus ao roteiro. De autoria do próprio Vicente Villanueva (que também assinou a direção), ele faz jus ao explorar cada um dos personagens em cena, dando espaço para cada um deles mostrar suas neuras em tela, ao mesmo tempo. Todas elas conseguem tirar risadas naturais de seu espectador, pois são mostradas de formas hilárias e naturais.
Claro, há alguns mais engraçados e outros menos. Como é o caso do impagável personagem Federico (interpretado por Oscar Martínez), cujo problema de falar ofensas inesperadas, nos faz rir e muito.
“Toc Toc” é uma típica comédia europeia que deve ser conferida para espairecer as situações tristes e tediosas que vivemos.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.