Crítica - Bacurau - Engenharia do Cinema

publicado em:22/08/19 11:34 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

Após ter vencido o Prêmio do Júri no último Festival de Cannes, e ser apresentado em diversos festivais de cinema pelo mundo, finalmente chega aos cinemas nacionais o longa “Bacurau”. Comandado pela dupla Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (que também assinaram o roteiro), o filme mescla vários estilos de narrativas dos anos 70 e homenageia diretores como Martin Scorsese e Quentin Tarantino.

Imagem: Victor Jucá (Divulgação: Vitrine Filmes)

A trama se passa em 2039, onde moradores de uma cidade do sertão brasileiro chamada Bacurau, tem sua mais velha moradora, Carmelita, falecendo de causas naturais. Um pouco depois eles começam a perceber que aquela literalmente sumiu do mapa.

Imagem: Victor Jucá (Divulgação: Vitrine Filmes)

Os grandes méritos do roteiro da dupla foram os fatos de fazerem o protagonismo do filme ser a própria cidade em si, e não possuírem um único vilão. Hoje é bastante difícil de se desenvolver no cinema este último, pois parece que há um certo “receio” vindo da parte dos roteiristas. Estes são comandados por Michael (Udo Kier), onde somente a expressão no olhar dele deixaria até mesmo o próprio Thanos com medo. Já a própria cidade tem os acontecimentos vistos do ponto de vista dos próprios moradores, pois cada um deles acabam tendo um álibi para os acontecimentos, fazendo todos eles casarem conforme a narrativa flui. Mas uma atriz que roubou a cena foi a própria Sônia Braga, pois além de ser o alivio cômico do filme, consegue ser a mais “durona” da cidade.

Quanto a própria constituição da narrativa em contexto geral, ela levou muita violência, suspense e principalmente diversos momentos de terror. Não vou adentrar sobre o que exatamente acontece, para não dar spoilers, mas existem três momentos em específicos que a gritaria/revolta do espectador fica eminente (por isso não recomendo esse filme para pessoas sensíveis ao extremo).

“Bacurau” não será selecionado para representar o Brasil no Oscar, mas sua construção mostra que o cinema nacional tem bastante pique para explorar diversos gêneros, além das habituais comédias.

Obs: A sessão foi conferida na pré-estreia realizada no Cine Roxy 4.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:outubro 3rd, 2020 as 22:12


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