Entrevista com Ghilherme Lobo, ator de "Divaldo - O Mensageiro da Luz" - Engenharia do Cinema

publicado em:13/09/19 5:30 PM por: Gabriel Fernandes CinemaEntrevistasNotícias

Na última terça-feira, 10, o ator Ghilherme Lobo esteve em Santos, no Cine Roxy 4, para abrir a sessão de pré-estreia do longa “Divaldo: O Mensageiro da Luz”. Simpático e agradável, ele cedeu uma entrevista para o “Engenharia do Cinema” e falou um pouco sobre o filme e sua eclética carreira:

Engenharia: Você já interpretou diversos personagens e começou sua carreira como bailarino, quando você tinha na faixa dos oito anos. Posteriormente foi para o teatro e televisão, tendo bombado na carreira quando fez o longa ‘Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, que ganhou muitos prêmios e foi reconhecido mundialmente. Agora você está com o papel do médium Divaldo. A respeito deste filme, você teve de realizar muita interação com este e com o ator Bruno Garcia, que o interpretou na fase adulta ou você optou por ler os livros de Divaldo e trabalhar com as próprias atividades na mesa branca?

Ghilherme: Na verdade é curioso até, mas não acabei fazendo nenhum desenvolvimento mediúnico. Para este filme, tive um preparo em conjunto com o Bruno [Garcia] e o João Bravo (que interpreta Divaldo quando criança). Nós tivemos uma preparadora a Maria Silva Siqueira Campos, que nos auxiliou a construir esta trajetória do personagem, criando alguns elementos para nós aplicarmos neste, para ter essa ligação pro público conseguir perceber isso. Além do óbvio, que é evidente pelos cortes do filme que o Divaldo cresceu. Passou um certo tempo. Mas queríamos construir certos signos que estivessem presentes no João, em mim e no Bruno, para deixar mais verosímil esta característica do personagem. Então fomos construindo juntos basicamente. A minha preparação em particular eu tive um foco na prosódia, pois eu não sou do nordeste, sou de São Paulo, e o Bruno pelo menos é Pernambucano. Então ele já tinha uma familiaridade com a região, mas eu não. Para não fugir muito e não haver essa diferença tão grande, e também para honrar este compromisso com a verdade, pois o Divaldo é baiano de Feira de Santana [Bahia]. Eu tive muito cuidado com esta construção verbal do personagem.

Engenharia: Como disse anteriormente, você trabalhou com diversos núcleos. Com relação ao cinema, teatro e música, qual deles você sente a maior dificuldade? Mesmo ciente de seu amor por eles, qual deles você realmente entrou de cabeça?

Ghilherme: É muito difícil escolher uma. Eu comecei no teatro, um musical na verdade, então fui para o balé clássico que é a minha formação artística. Ai surgiu a oportunidade em cinema, depois televisão e posteriormente teatro de prosa (que é um teatro não musical). Todos são prazerosos de formas diferentes. É muito legal isso. A estreia de um filme é muito diferente da estreia de um espetáculo, por exemplo. Na estreia de um espetáculo você está ali, você vai encenar e verá a opinião do público na hora. Na estreia de um filme, todo o trabalho já foi feito, e é uma expectativa completamente diferente. Até como ficou, não como vai ser. Ver o que o público acha do que já foi feito, não do que está sendo feito. Então são prazeres muito diferentes. Eu gosto de todos os trabalhos que faço, cada processo, eu acredito muito em energia. Em que o universo se movimenta para nos oferecer e proporcionar aquilo que nos deve ser proporcionado. Então quando estou fazendo um filme, eu mergulho de cabeça nele e quero fazer isso de cabeça para sempre. Quando estou fazendo uma peça, eu mergulho de cabeça nela e quero fazer isso de cabeça para sempre. É o “Carpe Diem” na arte.

Engenharia: Então digamos que você é uma espécie de Daniel Day-Lewis, pois lhe forneceram o papel de cego em “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” e você viveu como um cego até fora das filmagens?

Ghilherme: [risos] Não, não assim. Mas eu me dediquei bastante. Eu escolhi essa profissão muito cedo, logo no meu primeiro trabalho em “A Bela e a Fera” em 2002. Eu decidi que ali queria ser ator e seguir nessa carreira. Então evidentemente naquela idade não escolhi por fama ou dinheiro, mas sim por amor a arte. Foi essa minha escolha, eu escolhi pelo oficio.

“Divaldo – O Mensageiro da Luz” já está em cartaz nos cinemas brasileiros. Leia nossa crítica, clicando aqui.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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