Crítica - Hermanoteu na Terra de Godah: O Filme - Engenharia do Cinema

publicado em:10/02/22 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasStreamingTelecine PlayTexto

Após fazer bastante sucesso nos teatros pelo Brasil, a peça cômica da trupe “Os Melhores do Mundo”, rotulada como “Hermanoteu na Terra de Godah” foi adaptada em formato de filme. Apesar de ser um humor inspirado claramente no nonsense (visto em obras clássicas como “Corra Que A Polícia Vem Ai” e “Monty Python“), vemos claramente uma comédia que tira piadas já vistas em outros longas e que claramente abusa da inteligência do espectador, ao tirar piadas onde aparentemente só os envolvidos acham graça. Antes previsto para ser exibido nos cinemas nacionais, acabou sendo direcionado direto para o serviço de streaming do Telecine. Apenas digo que foi sábia a escolha dos envolvidos.   

Imagem: Telecine (Divulgação)

 A história tem início quando o Cardeal Gerônimo é eleito o novo Papa, e ao se preparar para selecionar seu novo nome e os funcionamentos da Igreja, acaba ouvindo a história secreta do Apóstolo Hermanoteu (Ricardo Pipo). O mesmo esteve presente em diversas passagens da Bíblia, desde Exodus até mesmo na Última Ceia.   

Imagem: Telecine (Divulgação)

Realmente é difícil conseguir comprar a premissa deste filme, pois ele tenta tirar graça de situações que claramente não possuem tonalidades humorísticas. E quando eles tentam tirar isso, acabam resultando em piadas do “tio do pavê”. Um claro exemplo é em uma determinada cena, onde Hermanoteu conversa com o anjo e fala “Eu quero dar” em resposta a um questionamento do mesmo e como os outros vêem apenas o primeiro, acham duplo sentido na frase deste. Isso sem contar outras coisas bastantes supérfluas e forçadas, como tentaram criar uma pseudo-crise sexual em Júlio César, os apóstolos não levando a sério o renascimento de Cristo e por aí vai.   

Mesmo chegando a possuir um design de produção e figurinos de primeira, isso não acaba se tornando sinônimo de qualidade quando temos um roteiro horrível em mãos e direção totalmente amadora. Já que quando estamos no arco no Vaticano, parece estarmos vendo um filme e quando vemos a trajetória de Hermanoteu, parece estarmos vendo uma peça teatral totalmente amadora e sem ritmo.

Hermanoteu na Terra de Godah: O Filme” se mostra como uma adaptação vergonhosa da peça teatral, que só não consegue ser pior que os especiais cristãs do selo “Porta dos Fundos“.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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