Crítica - Matilda: O Musical - Engenharia do Cinema

publicado em:26/12/22 5:31 PM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto

Quem cresceu nos anos 90 e 2000, se recorda muito bem do clássico “Matilda“, dirigido e estrelado por Danny DeVito, e com a sucedida estrela juvenil da época, Mara Wilson, vivendo a icônica menina que dá título a história, que era totalmente rejeitada por sua família, mas que possuía poderes mágicos e uma grande inteligência. Com várias reprises na Record, Band e Globo, era impossível você nunca ter ouvido falar do mesmo. Realizado pela Sony Pictures (que lançou nos cinemas apenas na Inglaterra, e vendeu os direitos para o restante do mundo para a Netflix), este reboot tem como base o musical da Broadway e não apenas o livro de Roald Dahl. E depois do fiasco do novo “Convenção das Bruxas“, este acaba indo para o mesmo caminho.

Imagem: Netflix/Sony Pictures (Divulgação)

A história gira em torno da pequena Matilda (Alisha Weir), totalmente maltratada pelos seus pais (Stephen Graham e Andrea Riseborough) e após ficar anos estudando por conta própria em sua casa e frequentando uma biblioteca ambulante, acaba sendo obrigada a frequentar uma escola. Ao chegar no local ela acaba percebendo que mesmo nascendo uma amizade com vários colegas do local, e tendo um enorme carinho da Professora Honey (Lashana Lynch), ela terá de enfrentar a tirana diretora Agatha Trunchbull (Emma Thompson).

Imagem: Netflix/Sony Pictures (Divulgação)

Em poucos minutos de exibição vemos que realmente o roteiro de Dennis Kelly (que também escreveu a versão teatral da trama com Tim Minchin) não terá absolutamente nada do clássico filme de DeVito, e sim tenta constituir sua própria imagem. Porém, como estamos falando de um enredo focado para crianças, os mais adultos irão notar a exagerada analogia ao nazismo, que o próprio roteirista tenta criar por conta da inserção de Trunchbull e seus seguidores (algo que sequer tinha no longa clássico, uma vez que a própria agia sozinha e já dava medo apenas de olharmos para ela, um mérito da própria veterana Pam Harris, que vivia a personagem).

E para não ficar mais estranha a situação, o diretor Matthew Warchus ainda tenta começar a guiar a história com um aspecto mais cartunesco (com cenários muito coloridos e atuações exageradas de forma proposital), a sensação é que tudo foi feito nas pressas (e não deixa de ter sido, uma vez que a produção ocorreu durante o período de lockdown, em 2020). Seja os números musicais mal conduzidos (uma vez que fica nítida a falta de sincronia, nos passos), uma história paralela contada pela própria Matilda para a bibliotecária (Sindhu Vee) e até mesmo as atuações de Graham e Riseborough (que são totalmente forçadas e fica perceptível que aceitaram apenas pelo cachê).    

Matilda: O Musical” termina sendo mais um reboot vergonhoso dos clássicos inspirados nas obras do escritor Roald Dahl. Era melhor terem deixado o original quieto.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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