Lançado de forma discreta nos streamings da Paramount+ e Telecine, “A Máquina Infernal” é um suspense que parece ter bebido totalmente da fórmula de Alfred Hitchcock, uma vez que nos apresenta um arco já conhecido, mas que ganha nossa atenção por conta da atmosfera, já que temos um protagonista que não é tão interessante como deveria ser.   

Imagem: Moviebox (Divulgação)

A história mostra o recluso escritor e professor Bruce Cogburn (Guy Pearce), que começa a receber várias cartas misteriosas. Logo, ele inicia uma investigação e descobre que tudo pode estar ligado com o seu sucedido livro, “A Máquina Infernal”, lançado em pleno anos 80 e que lhe rendeu vários prêmios.   

Imagem: Moviebox (Divulgação)

O roteiro e direção de Andrew Hunt procura em uma boa parte da projeção, focar apenas em Bruce e plantar várias sementes sobre o que poderá encadear seus problemas e infortúnios. Só que em momento algum realmente torcemos e nos importamos com o próprio, uma vez que não criamos empatia com o próprio, muito menos por sua trajetória (que é explanada apenas quando já havia avançado boa metragem do filme).

Não hesito em dizer que Pearce realmente é um ótimo ator, que não está sabendo escolher bem seus projetos e sempre opta por escalar vilões ou antagonistas genéricos (e este se encaixa perfeitamente nesse padrão). Há duas breves participações de Alice Eve (que é totalmente desperdiçada, em um arco inusitado) e Alex Pettyfer (outro que está optando por papéis genéricos no cinema), que só devem ter aceitado estar aqui por favor a alguém ou pelo cachê.     

“A Máquina Infernal” termina sendo mais um suspense genérico, que provavelmente só foi realizado por conta de alguma dívida de alguém na indústria.    

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.