Crítica | Uma sátira aos títulos de espionagem, 'Argylle' não depende de Henry Cavill para entreter - Engenharia do Cinema

publicado em:5/02/24 10:57 PM por: Gabriel Fernandes Apple TV+CríticasStreamingTexto

O cineasta Matthew Vaughn é um nome que sempre devemos ter atenção redobrada, quando nos deparamos com algum anúncio de seu novo filme. Diretor de ótimos títulos como “X-Men: Primeira Classe”, “Kick-Ass” e os três “Kingsman”, em “Argylle – O Superespião” ele volta ao universo da espionagem e nos entrega um divertido e descompromissado título de ação.

Mas o marketing em torno desta produção foi bastante curioso, pois a própria Apple divulgou que o enredo era inspirado em um livro escrito pela autora Elly Conway e seu lançamento ainda iria ocorrer nos próximos meses. Depois de várias investigações foi descoberto que a dita cuja era a personagem de Bryce Dallas Howard no filme, e que o estúdio achou a deixa interessante.

Infelizmente, muitos não compraram a ideia e até então vem sendo um grande fracasso de bilheteria mundial não passando dos US$ 36 milhões de arrecadação, até então, tendo custado US$ 200 milhões para a Apple (por conta não apenas do elenco, mas das despesas com gravações durante um cenário recente de pós-pandemia, em 2021). Mas como se trata de uma produção da Apple TV+, que apenas está cumprindo uma janela breve nos cinemas antes de chegar na plataforma (como nos recentes “Napoleão” e “Assassinos da Lua das Flores”), não sabemos se este resultado já era esperado. 

O cineasta Matthew Vaughn é um nome que sempre devemos ter atenção, ao nos deparamos com algum anúncio de seu novo filme. Diretor de ótimos títulos como “X-Men: Primeira Classe”, “Kick-Ass” e os três “Kingsman”, em “Argylle – O Superespião” ele volta ao universo da espionagem e nos entrega um divertido e descompromissado título de ação.

Inclusive o marketing em torno desta produção foi bastante curioso, pois a própria Apple divulgou que o enredo era inspirado em um livro escrito pela autora Elly Conway e seu lançamento iria ocorrer nos próximos meses. Depois de várias investigações, foi descoberto que a dita cuja era a personagem de Bryce Dallas Howard no próprio filme e o estúdio achou a oportunidade interessante.

Infelizmente, muitos não compraram a ideia e até então vem sendo um grande fracasso de bilheteria mundial não passando dos US$ 40 milhões de arrecadação até então, enquanto custou cerca de US$ 200 milhões para a Apple (não apenas por conta do elenco, mas devido às despesas com gravações durante um cenário recente de pós-pandemia, em 2021). 

Mas como se trata de uma produção da plataforma de streaming da Apple TV+, que apenas está cumprindo uma janela breve nos cinemas antes de chegar na plataforma (como ocorreu com os recentes “Napoleão” e “Assassinos da Lua das Flores”), não sabemos se este resultado já era esperado.

Imagem: Apple Original Films/Universal Pictures (Divulgação)

A história gira em torno da reclusa escritora Elly Conway, responsável pela famosa franquia literária “Argylle”. Depois de uma crise criativa, ela resolve viajar de trem até a cidade de sua mãe (Catherine O’Hara) e tentar descobrir formas de como encerrar o último volume. No vagão, ela esbarra com Aidan Wilde (Sam Rockwell) que revela o fato dos seus livros serem reais e que vários terroristas estão à sua procura.  

Imagem: Apple Original Films/Universal Pictures (Divulgação)

Vaughn sabe como conseguir captar a atenção do espectador pela bizarrice em suas cenas de ação, como por exemplo a chacina na igreja em “Kingsman” ou as cenas de luta de Hit-Girl (Chloe Grace Moretz) em “Kick-Ass”. Existem quatro momentos aqui que facilmente entram para este hall, onde o destaque fica para o trabalho de edição, que constantemente intercala Rockwell e Henry Cavill no mesmo plano (já que estamos falando da versão fictícia e real do mesmo personagem, no olhar da própria Elly).

Conhecido também por conseguir trazer grandes nomes em seus elencos, além dos já citados, existem participações que funcionam como Catherine O’Hara, Bryan Cranston, Samuel L. Jackson e outras que aparecem apenas para serem uma espécie de fan-service do diretor como Sofia Boutella (vilã do primeiro “Kingsman”), Dua Lipa, Ariana DeBose, Richard E. Grant e John Cena. Embora muitos achassem que Henry Cavill fosse a grande estrela, os verdadeiros protagonistas são Bryce Dallas Howard e Sam Rockwell.

Além de esbanjarem uma grande química em cena, a dupla possui um semblante perfeito nas cenas de ação, que embora sejam mirabolantes e malucas, casam com a premissa do título. Com direto a própria Howard fazer questão de tirar o salto para correr (Claire Dearing entendeu essa lição) e Rockwell ir além de jogar seus inimigos pela janela durante uma briga.

Porém, o roteiro de Jason Fuchs (“Mulher Maravilha”) acaba errando um pouco na mão ao tentar encaixar o famoso recurso de várias reviravoltas, quase que simultaneamente, com a desculpa esfarrapada de “estarmos falando de um filme de espionagem”. Não existe um tratamento mais firme para isso, tanto que quando alguns deles acontecem, já deduzimos o desfecho.

Outro quesito é o fraco CGI em algumas cenas de ação, pelos quais ficam nítidas as gravações com tela verde de fundo e a pouca questão de tentarem fazer takes melhores, como o arco inicial da Dua Lipa fugindo em uma moto totalmente feita em computação gráfica. Inclusive até o próprio gato de Elly, Alfie, é feito pelo recurso na maior parte do longa (e isso fica muito mal executado, por conta do fator “Vale da Estranheza” também).

“Argylle – O Superespião” termina como uma divertida sátira aos filmes de espionagem, e entretém na medida certa.



A última modificação foi feita em:abril 4th, 2024 as 09:13


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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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