Crítica - Velozes e Furiosos 10 - Engenharia do Cinema
Após quase 20 anos, e chegando em seu décimo capítulo (sem contar com o divertido spin-off “Hobbs e Shaw”), a franquia “Velozes e Furiosos” parece ter ouvido as críticas negativas em torno de seu nono episódio (que foi um dos piores e mais relaxados da mesma). Com o intuito de ser o primeiro de um desfecho que terá mais dois filmes (com estreias possivelmente para 2025, no máximo), a ideia é conceber um encerramento para a mesma como foi visto em “Vingadores“.
Porém, diferente do universo da Marvel é notório que ainda há um planejamento alterado constantemente pela própria Universal e Vin Diesel (que detém os direitos da marca), uma vez que mais situações e personagens são apresentados à cada episódio (o que acaba elevando ainda mais o orçamento), abrindo mais portas e oportunidades para outros spin-offs.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
A história começa algum tempo depois do encerramento do último episódio, onde o psicótico Dante (Jason Momoa) aparece com o intuito de vingar da morte de seu Pai, Hernan Reyes (Joaquim de Almeida), que vitimizado pela gangue de Dominic Toretto (Diesel) no desfecho do quinto filme da franquia.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Começo reiterando que você deverá deixar todo seu raciocínio lógico na bilheteria e, substituir por um balde de pipoca. Sim, estamos falando de mais um capítulo da franquia que não procura ter muita lógica ou sentido em vários argumentos, situações e leis da física. Sempre bebendo e muito de flashbacks do quinto filme (cujo intuito também é inserir uma homenagem ao finado Paul Walker, indiretamente), chega a ser estranho no aspecto técnico algumas inserções que são colocadas por intermédio de um forte e péssimo CGI (que realmente nunca foi o carro forte da cinessérie).
Porém, isso não chega a ser incômodo, uma vez que o carisma dos atores em cena e o próprio roteiro (assinado por Dan Mazeau e Justin Lin, que se absteve da direção por divergências criativas), conseguem desenvolver um enredo que capta a atenção do espectador facilmente. Mas ainda deixo claro que é necessário ver os outros filmes, para conseguir trabalhar melhor esta emoção, uma vez que a produção desenvolve personagens que ainda não foram apresentados. Saliento que este filme deixa várias pontas abertas para o 11ª longa, e muitas sementes são plantadas, ao invés de colhidas, nesta primeira etapa.
E isso acaba sendo vanglorioso para a abertura de rostos como Brie Larson (Tess ou Srta. Ninguém, filha do personagem de Kurt Russell), Alan Ritchson (o Jack Reacher da Amazon, onde inclusive há uma breve e divertida referência a este), Daniela Melchior (que interpreta a brasileira Isabel, e não consegue esconder seu sotaque português) e a veterana Rita Moreno (que interpreta a avó dos Torettos).
Agora o verdadeiro show consegue ser de Jason Momoa (conhecido por ser o Aquaman da DC), em um dos melhores papéis de sua carreira (não estou brincando). Transpondo à todo momento uma feição psicopata e maluca, temos o maior vilão da franquia, cuja presença em cena sempre resulta em algum tipo de caos. Semelhante ao Coringa de Heath Ledger, em “Cavaleiro das Trevas” (com destaque para uma cena onde ele possui uma “conversa mórbida”), fica difícil adivinhar suas atitudes, uma vez que ele só quer ver o circo pegando fogo por diversão.
Datado os nomes que já assumiram a função em outras produções como Dwayne Johnson, Jason Statham e Charlize Theron (que até então era a maior vilã), temos o grau de insanidade de Momoa colocado já a prova, em sua primeira grande cena a última (remetendo inclusive a briga entre Thanos e Hulk, na abertura de “Guerra Infinita“). Realmente, sua concepção é uma aula de como vilões devem ser feitos nos filmes de ação (uma vez, que os próprios estão cada vez mais fracos e clichês).
Mas desvirtuando deste ponto positivo, o diretor Louis Leterrier (substituto de Lin, que já tinha comandado a maioria das produções da franquia) não consegue conceber perfeitamente algumas cenas de ação como deveriam ser feitas. Com cortes bruscos e câmeras constantemente focando no rosto dos atores, ao invés de abrir para a cena como um todo (vide a divertida cena de “Rocket League”, em Roma). O que resultando na própria deixando o espectador mais cansado, do que contente, com o resultado.
Vindo de filmes de ação como “Carga Explosiva“, uma das marcas registradas do próprio são as lutas corporais, ao invés de sequências regadas em CGI, e isso fica explícito ao ele entregar isso em boa parte da produção. Uma vez que estavam ausentes no nono episódio e até mesmo no oitavo, agora há várias destas com grande parte do elenco. Não, mais uma vez o destaque não são as corridas (mesmo se tratando de uma franquia que nasceu sendo sobre rachas).
Se passando em boa parte no Brasil, fica a ser estranho e engraçado que mais uma vez a retratação do nosso país chega a ser engraçada, pois além de não ter cenas gravadas aqui (até para as cenas nas favelas, era nítido que o local foi concebido por meio de CGI), novamente víamos atores que não eram brasileiros e sim mexicanos, porto-riquenhos e até mesmo portugueses (detalhe que pode ser reparado apenas se você conferir na versão legendada).
“Velozes e Furiosos 10” termina corrigindo os erros do capítulo antecessor, deixando o espectador mais ansioso para o aguardado “possível” desfecho da saga.
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