Conversamos com o diretor da série "The Chosen - Os Escolhidos", Dallas Jenkins - Engenharia do Cinema

publicado em:27/08/23 4:20 PM por: Gabriel Fernandes Entrevistas

Sendo considerada uma das maiores séries da atualidade, “The Chosen – Os Escolhidos” vem conquistando uma legião de fãs por onde passa. Conquistando 500 milhões de visualizações, com 110 milhões de espectadores, em suas três temporadas, pelos 190 países por onde passa, em todos os sete continentes, e sempre permanecendo no ranking das séries mais assistidas nas plataformas da Netflix, GloboplayAmazon Prime Video e Roku, a produção teve um desenvolvimento curioso.

Por intermédio de crowdfunding, onde foram doados cerca de US$10 milhões, por mais de 16.000 pessoas, a primeira temporada foi realizada graças a essa medida, assim como as três posteriores. Para efeito de comparação, um episódio da série “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder“, custou para a Amazon cerca de US$ 58 milhões (batendo quase US$ 300 milhões, em apenas uma temporada).

Em visita ao Brasil, para divulgar o lançamento dos dois primeiros episódios da terceira temporada da série que serão exibidos exclusivamente na Rede Cinemark, na versão dublada, à partir de 31 de agosto, o diretor da série Dallas Jenkins comentou conosco algumas questões que recentemente foram assunto em vários veículos globais, como ele ter sido o único cineasta que conseguiu autorização do Sindicato dos Atores estadunidenses (SAG), para finalizar sua quarta temporada.

“Nós conseguimos ser o único seriado [e provavelmente seremos o único] a ter uma produção gravada durante esse período, e por sermos um seriado totalmente independente, pudemos negociar diretamente com o SAG, para seguirmos com as gravações.” Comentou Dallas, deixando claro que eles tinham um curto prazo para tudo. “Quando começou a greve, precisávamos de mais duas semanas para finalizar as gravações, caso contrário, seria um desastre absoluto. Nós entramos em contato com o PGA [Sindicato dos Produtores], para nos auxiliar em um acordo plausível para conseguirmos terminar as filmagens.”

Ainda sobre o sucesso da atração, Dallas diz estar surpreso que os numero de “The Chosen” cada vez mais estejam batendo séries populares de selos como da Marvel, Star Wars e da própria Netflix. “Eu não consigo explicar o sucesso gradativo dessa série, que não seja o fator humano, autêntico, e que adapta uma história da Bíblia que é tão impactante para todos que assistem.” Declarou o cineasta.

Ele ainda deixou claro, que a simplicidade pela qual ele carrega a atração, tem sido uma das barreiras que até hoje, ele não entendeu como conquistou exatamente. “Acho que existe um fator maior, que não seja eu, pois eu acredito que sou um bom cineasta, mas nem tanto [risos], é que não sou capaz de passar essas barreiras culturais e religiosas, que existem entre os países. Eu não consigo explicar, mas as pessoas se referem a humildade ser mais importante que tudo, nessas horas.” Completou.

Imagem: Angel Studios (Divulgação)

E não é só apenas “The Chosen” que está na mira do público cristão, pois atualmente o cineasta Mel Gibson (católico assumido) está realizando a produção de “A Ressurreição de Cristo” (que poderá ser dividido em dois filmes), continuação do sucedido “A Paixão de Cristo“. Fã assumido de Gibson, Dallas comentou que apesar do próprio ainda não ter encontrado com ele para falar sobre a série (embora ele ainda almeja isso), ele já deixou claro que quando chegar nessa abordagem na série, ele não irá apelar para a mesma violência do veterano.

“Eu ainda não conheci e não cheguei a conversar com o Mel [Gibson], embora almeje demais conversar com ele sobre, pois ambos estamos contando fases da vida de Jesus Cristo. Mas a captação do Mel, é mais horrível e violenta, com todo aquele sangue. Eu procuro não colocar muito isso na série, pois pretendo continuar com as relações humanas de Jesus Cristo com todos e não apelar para a tortura, nas próximas temporadas. Assim as pessoas sentirão empatia por ele, apenas nessa hora”.

Ele ainda deixa claro, que isso apenas foi possível por se tratar de uma série com várias temporadas e não apenas um filme, como foi com o caso de Mel Gibson. “Eu posso falar sobre isso, pois a série possui várias temporadas, e para mim foi mais fácil conseguir fazer com que o público tenha essa ligação humana com Jesus. Ele fez algo diferente, que eu não faria, mas foi melhor do que eu mesmo poderia ter feito.” Completou.

Vale enfatizar que ainda nessa semana, o SBT adquiriu os direitos de exibição da série, para exibição da própria em horário nobre, logo após o jornal SBT Brasil, mas antes da novela “A Infância de Romeu e Julieta“. A data de estreia, porém, ainda não foi divulgada.



A última modificação foi feita em:outubro 8th, 2023 as 16:59


Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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