Entrevista Flávia Alessandra e Alê McHaddo, diretor de "O Amor Dá Trabalho" - Engenharia do Cinema
No último dia 20, a atriz Flávia Alessandra e o diretor Alê McHaddo estiveram presentes no Cine Roxy 5, em Santos, para divulgar e abrir a pré-estreia da comédia nacional “O Amor Dá Trabalho”, estrelada por Leandro Hassum. O “Engenharia do Cinema” estava presente no local e nós temos uma entrevista com ambos, onde a dupla abordou o processo de filmagens, as dificuldades e informações sobre PRÓXIMOS PROJETOS!
FLÁVIA ALESSANDRA:
Engenharia: Você já participou de diversos filmes do gêneros de ação, drama e comédias. Mas agora você voltou a esta última com “O Amor Dá Trabalho”. No trailer você demonstrou ter de ficar bastante séria com as palhaçadas feitas por Leandro Hassum, ao seu lado. Em uma outra entrevista, a atriz Anne Hathaway disse que para estes momentos bastava “pensar em desgraças” para os risos não aparecerem. Para você como foi esse processo?
Flávia Alessandra: Tiveram duas partes difíceis neste filme e a primeira era essa. Eu resistir a não cair nas piadas do Hassum. O frescor de tudo era o improviso que ele realizava, pois quando você se preparava para gravar o próximo take, ele muda a piada e vinha com algo novo. Então você tem novamente de se controlar. E eu estava ciente que se eu risse, nós estávamos jogando fora uma cena e uma oportunidade que poderia ser única. Tive de ter muita concentração. E a outra parte difícil foi que essa minha personagem a Elisângela, ela é a única personagem que se mantém na normalidade. Todos os outros cometem loucuras ao seu lado, mas ela permanece da mesma forma. Foi outra coisa muito difícil para mim, de não cair na tentação.
Engenharia: Na questão de novelas e cinema, pois você é uma atriz que trabalha constantemente em ambos. Como funciona trabalhar muito nestas duas áreas?
Flávia Alessandra: O meu sonho é conseguir continuar transitando dentre esses dois universos, pois são totalmente diferentes. Quando nós fazemos um filme temos um período de filmagem de dois, três meses, que é uma imersão total. Uma personagem que já possui inicio, meio e fim, a história está completa e você sabe o que virá. E na novela não, pois é um ano encarando a personagem e pode mudar muita coisa. A gente começa de um jeito, mas pode acabar de outro. É dia após dia construindo e entendendo. São ferramentas muito diferentes que nós temos de mexer no cinema e na televisão. Então eu espero poder continuar conciliando estas duas artes.
Engenharia: Agora uma última pergunta que irei fazer para a “Generala Beatriz” [piada envolvendo o longa “Policia Federal: A Lei é Para Todos”, pelo qual o personagem do Antonio Calloni a chama assim]. Está previsto sair a sequência do longa “Policia Federal 2”, como foi notificado na cena pós créditos do primeiro longa?
Flávia Alessandra: Nós ainda estamos aguardando mesmo. Estamos ainda no momento de tudo, e ver se vem o segundo. Mas se Deus quiser, caso “O Amor Dá Trabalho” emplaque nas bilheterias, teremos a continuação deste garantida.
DIRETOR ALÊ McHADDO:
Engenharia: Como foi conceber este filme, sabendo que o Leandro Hassum é um humorista que o tempo todo improvisa durante as cenas.
Alê McHaddo: É o filme ideal para ele, pois seu personagem é um fantasma que não está na mesma realidade dos outros personagens. Então ele está livre para improvisar o tempo todo, e livre para fazer as piadas dele. Como os outros não estão escutando, ele pode comentar o que os outros falaram. Então desde o principio que a ideia foi fazer um filme sobre “um fantasma que tem de juntar casal”, nós pensamos no Hassum que topou de cara. E nós trabalhamos muito com ele, para que o filme encaixasse nessa persona que o Hassum faz tão bem nos cinemas.
Engenharia: Existe uma cena em questão no filme, onde você fez questão de juntar vários humoristas de sucesso, para eles fazerem o “julgamento” do personagem do Hassum. Como foi o trabalho para juntar cada humorista e seu respectivo Deus? Foi difícil segurar o riso com tanto humorista ao redor? Houveram improvisos?
Alê McHaddo: Foi super difícil, é o “céu dos Deuses” e o “céu dos humoristas”. Filmamos tudo em uma madrugada, pois para conciliar a agenda de todos foi bastante difícil. Foi paradisíaco e maravilhoso. Quem gosta de comédia, filmar foi incrível e ver a cena também é. O difícil foi escolher os melhores takes, pois havia muita coisa boa. Imagine colocar o Falcão com Sérgio Loroza, Paulinho César, Dani Calabresa, todo mundo junto. Enfim a coisa rolou muito bem, pois existe um entrosamento dentre os humoristas, igual com os músicos. Eles pegam o timming, o jeito de agir, cada um complementa a piada do outro. Nós tínhamos um texto base e era óbvio que não dava para improvisar tanto, com tanta gente daquele jeito. Mas aconteceu muitas coisa novas, e conseguimos colocar nas duas cenas do julgamento dele na sala dos Deuses.
Engenharia: E quais humoristas você pensava em inserir nesta cena, e que não conseguiu? Ou conseguiu chamar todos que você tinha em mente?
Alê McHaddo: Eu consegui quase todos, pois nesta sequência conseguimos colocar atores de “Porta dos Fundos”, “Os Melhores do Mundo”, “Casseta e Planeta” e “Hermes e Renato”. Então nós fizemos uma mistura de diferentes “religiões da comédia”, do mesmo jeito que se mistura religiões, fizemos isso também. Nós quase conseguimos colocar o Agildo Ribeiro e teria sido um dos últimos trabalhos dele, pois devido a problemas na agenda, ele não conseguiu. Esse é o único arrependimento que temos de não ter acontecido. Seria uma honra ter trabalhado com o Agildo [Ribeiro], pois ele teria abrilhantado tudo ainda mais. Mas só foi isso, pois de resto conseguimos colocar todos lá e foi muito bom.
Engenharia: O longa tem um enredo fortemente inspirado no clássico “O Céu Pode Esperar”, do Warren Beatty, de 1978. Você conversou com o elenco para revisarem o filme? O roteiro foi concebido com base neste? Como funcionou este processo?
Alê McHaddo: Na verdade não, pois “O Céu Pode Esperar” é uma referência do inicio da produção. Mas o Warren Beatty ele reencarna, ele está dentre os vivos. O que acontece aqui, é que o Hassum já é um fantasma, então isso é sem precedentes do jeito em que fizemos. Existem alguns filmes cujo o espirito aparece atrás dos personagens e você não vê. Mas neste caso precisávamos de um espirito que fizesse piadas a todo tempo. Nós tivemos que estudar e derrubamos muitas coisas nos testes, até entender esse tempo em que o cara para de falar, da um intervalo, para que este não pareça ensaiado, para as coisas se encaixarem e funcionarem. Para ter este intervalo do Hassum, sem ter o intervalo dos outros atores em cena.
Engenharia: Quanto tempo ficou de fora da edição final do filme?
Alê McHaddo: Pelo menos umas quatro horas, com certeza.
Engenharia: Deve ter sido um grande “show de stand-up”!
Alê McHaddo: Totalmente! Até colocamos umas cenas no final, pois não dava pra abandonar. Alias fiquem até o término dos créditos finais, não é filme da Marvel, mas tem uma “surpresinha” que vai explicar todo filme, depois deste.
“O Amor Dá Trabalho” estreia em 29 de agosto nos cinemas. Mas você pode conferir nossa crítica, clicando aqui.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.
Parabéns pela entrevistas , você tá no caminho certo garoto, estaremos sempre torcendo por você
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